Biotecnologia e drone contribuem para aumento de produtividade de pequenos produtores de algodão

O uso de biotecnologia de ponta aliado à pulverização precisa com drone levou produtores de Catuti a registrarem um incremento médio de 27% de produtividade no plantio de algodão neste ano em relação à safra anterior. A região, que abrange 16 municípios no norte de Minas Gerais, plantava 130 mil hectares da cultura na década de 1980. Porém, com o impacto do bicudo do algodoeiro, a produção diminuiu. A grande retomada veio em 2024, quando 85 pequenos agricultores associados da Coopercat (Cooperativa dos Produtores Rurais de Catuti) passaram a contar com a doação da Bayer de sementes certificadas de algodão com a biotecnologia Bollgard 3 e um drone que impactou em um manejo mais efetivo, e elevou a produtividade e sustentabilidade no plantio, a partir da melhor precisão no controle de pragas e maior segurança na pulverização.

“Estamos conseguindo avançar novamente no plantio do algodão graças às sementes certificadas com biotecnologia, que trazem proteção e produtividade ao algodoeiro e permitem o manejo mais eficaz de doenças e pragas. Hoje plantamos a mesma variedade usada por grandes produtores e o resultado se reflete claramente no aumento do rendimento e na qualidade da fibra”, destaca José Tibúrcio de Carvalho Filho, assessor técnico da Coopercat e um dos líderes do projeto de retomada da produção do algodão no norte de Minas.

Foram doadas pela Bayer cerca de 100 sacos de sementes certificadas da marca Deltapine, das variedades DP 1866 B3RF e DP 1857 B3RF.  As sementes, de ciclo médio-precoce, possuem como característica a estabilidade e a adaptabilidade em ambientes de safra e segunda safra. Pensadas para desempenhar bem em diferentes contextos, a biotecnologia presente na semente oferece proteção ampliada às principais lagartas que atacam o algodão, além de serem variedades mais resistentes à doença azul e bacteriose.

Para gerar maior eficiência, segurança e sustentabilidade no manejo, os produtores realizaram a pulverização por drone na última safra. O resultado foi a redução integral dos danos causados pelo bicudo do algodoeiro, mantendo a quantidade de aplicação de inseticida, mas reduzindo a calda de pulverização em 96%. 

“No total, com o treinamento de quatro operadores, conseguimos utilizar o drone em 352 hectares, sendo que as propriedades variam em tamanho de 1 a 35 hectares. O uso de biotecnologia de última geração na região se mostrou promissor e tivemos excelentes resultados nas pequenas propriedades. A expectativa é expandir no futuro para 800 hectares e coletar dados para mensurar o impacto”, explica Tibúrcio.

“Estamos contentes em poder fazer parte deste resgate de produtividade dos produtores de algodão do norte mineiro, ação totalmente em linha com nosso compromisso global de apoiar o desenvolvimento de pequenos produtores por meio da transferência de tecnologia, capacitação e treinamento. Esse movimento de evolução da cotonicultura em pequenas propriedades comprova que por meio da colaboração e da troca de experiências é possível superar os desafios, independentemente da região ou do tamanho de propriedade”, acredita Geraldo Berger, líder de Assuntos Científicos e Regulatórios da divisão agrícola da Bayer Latam.

Por meio de uma parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA), Agência Brasileira de Cooperação, PROALMINAS/SEAPA/G e com o Centro de Difusão de Tecnologias Algodoeiras de Catuti, a Coopercat tem buscado conhecimento para o desenvolvimento da agricultura familiar, além de mapear a evolução da cotonicultura na região com a adoção de tecnologias que melhorem a produtividade, irrigação, pulverização e comercialização da fibra. 

Com esses avanços, os cotonicultores da região esperam poder, no futuro, rotacionar o algodão com sorgo ou milho. “Por aqui ainda temos um desafio no beneficiamento da fibra, mas temos planos de expandir. No caso do sorgo e do milho tivemos um impacto ainda maior com o uso da tecnologia. No manejo anterior convencional precisávamos de 3 a 4 aplicações, eliminando 10% de lagartas. Com o drone foram realizadas de 1 a 2 aplicações e zeramos o dano das lagartas”, completa Tibúrcio.