Em evento paralelo às reuniões preparatórias da COP do Clima, Brasil anuncia fórum internacional sobre transição dos sistemas alimentares

Produzir e sistematizar conhecimento, além de reunir as várias partes interessadas na discussão de caminhos e soluções concretas para acelerar a transição justa do sistema agroalimentar no Brasil, em cooperação com outras iniciativas e países ao redor do Globo. Esse é o foco da Iniciativa ThinkFood & Climate, que lançou hoje (11/06) em Bonn, na Alemanha, uma roundtable (mesa de discussões) permanente sobre o tema. O lançamento aconteceu no âmbito da Climate Solutions, série de eventos organizada por Now Partners, Future Economy Forum, Sekem, EIT Food, Natural Capitalism Solutions e cofinanciamento da União Europeia.

A roundtable promoverá encontros nacionais e outros sincronizados com os principais eventos internacionais sobre agricultura, clima e sociobiodiversidade. Foi concebida para ser uma arena de diálogo, que visa reunir especialistas de várias organizações da sociedade civil, do setor privado e representantes do governo. Seu propósito é apresentar e discutir ideias e propostas que acelerem a transformação do sistema agroalimentar no Brasil e em outros países com os quais se mantenha diálogos sobre agricultura e produção de alimentos, a fim de obter ganhos em sustentabilidade, conservação da biodiversidade, inclusão social, saúde e segurança alimentar.

A criação da iniciativa ThinkFood & Climate partiu de duas organizações do terceiro setor — Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e Cebrap Sustentabilidade — e da Cátedra Josué de Castro, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

A ação da ThinkFood & Climate foca no Brasil, mas visa à cooperação regional e global na busca de uma agenda comum e soluções compartilhadas sobre como fazer a transição sustentável e justa. “Nós necessitamos passar das narrativas para a ação, usando a melhor informação e ciência disponível para desatar os nós que ainda impedem acelerar a transição e incluir todos os perfis de produtores nela, considerando as diferentes abordagens”, explica Isabel Garcia Drigo, diretora do programa de Ciência do Clima, Uso da Terra e Políticas Públicas do Imaflora.

Avançar nas discussões que envolvem clima e sistemas agroalimentares tem especial importância para o Brasil, maior exportador de sete commodities (soja, milho, açúcar, café, suco de laranja, carne bovina e frango, mas também com um mercado doméstico gigantesco. “Com a crise climática se acirrando em diferentes pontos do planeta, é fundamental que se consiga aumentar resiliência dos sistemas produtivos e territórios rurais e florestais.” conclui Isabel.

A composição da primeira mesa incluiu, além de Isabel, Thoraya Seada, diretor do Centro de Pegada de Carbono da Sekem Heliopolis University; Lili Cabrera, gerente da Union de Gremios de la Production Paraguay; Million Belay, coordenador geral da AFSA; Lucy Wallace, diretora de relacionamento global da EIT Food; Walter Link, presidente executivo e cofundador do Future Economy Forum; Marcelo Morandi, chefe de Relações Internacionais da Embrapa; e Hunter Lovins, presidente da Natural Capitalism Solutions